quarta-feira, 10 de março de 2010

O buraco solar espanhol

Espanha está nas bocas do Mundo, como bom e mau exemplo do que pode ser feito em termos de energias renováveis, e mais especificamente a solar. Num recente artigo da Bloomberg, afirma-se que Espanha poderá vir a reduzir o preço muito elevado pago aos produtores de energia solar fotovoltaica. Tal representaria o segundo corte em três anos, depois do primeiro ocorrido em finais de 2008. Mas não será nada de novidade, ainda segundo a Bloomberg, depois da Alemanha e França terem descoberto que estavam a ser demasiado generosos para estes produtores, à custa dos consumidores, que têm assim que pagar tarifas superiores. Nada que não tenhamos exposto repetidamente aqui no blog, na temática da energia solar.

Em função destes desenvolvimentos, há muito que a bolha estoirou nesta área económica em Espanha. "Desastre" é a palavra mais repetida pelos fabricantes espanhóis, quando se lhes pergunta pelo balanço de 2009. O Governo entretanto propôs um novo "mix" energético para 2020, mas a proposta foi recebida com "estupefacção" pelo meio empresarial. Pensando em 2020, uma outra notícia dá conta do incremento de lixo fotovoltaico que se começará a verificar sensivelmente dentro de 10 anos, não havendo ainda uma solução para tão grande quantidade de detritos perigosos, uma vez que apenas 85% do painel são recicláveis.

Com tudo isto, o défice espanhol está a galopar. Quando nos referimos a ele pela última vez, tinha acabado de passar os 15 mil milhões de euros. No final de 2009, as estimativas que consegui encontrar apontavam para valores já próximos dos 20 mil milhões de euros. No mesmo artigo, as previsões para o futuro são dramáticas. Não admira pois que os Espanhóis se estejam a afundar, e nós com eles!