sexta-feira, 19 de março de 2010

Limpar Portugal

A partir da excelente iniciativa que é o Limpar Portugal, na qual vou participar, Henrique Pereira dos Santos, do excelente blog ambio, equaciona as razões de falhas de mobilização do movimento ambientalista:

Esta iniciativa é o resultado do esforço de três amigos (três praticantes de todo o terreno) em meia dúzia de meses.
(...)
O que isto parece querer dizer é que a sistemática invocação da impossibilidade de mobilizar pessoas como explicação para a fragilidade do movimento ambientalista em Portugal parece carecer de demonstração.
O que me parece é que o movimento ambientalista ficou preso nos fantasmas ideológicos dos mais activos e barulhentos dos seus dirigentes e membros. O que torna o movimento ambientalista hostil a praticantes de todo o terreno, a caçadores, a empresas e seus quadros, a comedores de carne compulsivos, a gastadores de combustiveis fósseis, enfim, a todos os que não cabem na estreita definição do verdadeiro ambientalista.

Curiosamente, um artigo saído recentemente, dos psicólogos canadianos Nina Mazar e Chen-Bo Zhong, intitulado "Do Green Products Make Us Better People", ajuda a compreender as perplexidades do Henrique. Note-se o abstract do paper, com realces da minha responsabilidade:

Consumer choices not only reflect price and quality preferences but also social and moral values as witnessed in the remarkable growth of the global market for organic and environmentally friendly products. Building on recent research on behavioral priming and moral regulation, we find that mere exposure to green products and the purchase of them lead to markedly different behavioral consequences. In line with the halo associated with green consumerism, people act more altruistically after mere exposure to green than conventional products. However, people act less altruistically and are more likely to cheat and steal after purchasing green products as opposed to conventional products. Together, the studies show that consumption is more tightly connected to our social and ethical behaviors in directions and domains other than previously thought.

Por isso, não admira que os ecologistas verdes nos queiram impôr as suas ideias, supostamente superiores. Como o artigo o refere, o que eles nos querem é enganar e roubar! Por isso, interessa estar ao lado do comum dos mortais, como neste caso o Nuno, o Paulo e o Rui: Vamos limpar Portugal!